Os Pássaros da Estinfália são aves consagradas a Ares, o deus da guerra. Possuem tamanho bastante parecido com o do grou ou da garça, assemelham-se a um íbis, a ave mítica egípcia, mas o seu bico direito, as suas patas, as suas asas e as suas penas são de bronze. Matam e destroem até ao fim os animais e os homens que vivem ou passem por esta região, os quais envenena. Os seus excrementos tonam tornado estéreis todas as terras que sobrevoam. Por último, para se alimentarem, devastam as árvores de fruto, as hortas e as colheitas das regiões vizinhas. Estas aves que se refugiam nos sombrios bosques que rodeam o lago Estinfália, são uma verdadeira praga. Como ninguém as caça nem ninguém é tão poderoso para as enfrentar, reproduzem-se interminavelmente, se tornando bastante numerosas. Para cumprir o seu sexto trabalho, Hércules foi desafiado por Euristeu para destruir essas aves de rapina. Ora, o que impressionou Hércules quando chegou à região da Arcádia, onde se encontrava o lago em questão, foi o seu número elevado. Com o fim de exterminar estas famosas aves, Hércules teve de resolver dois grandes problemas: em primeiro lugar, para alcançar os bosques nos quais as aves tinham os seus ninhos era preciso atravessar umas águas pantanosas que eram verdadeiras areias movediças. Em segundo lugar, estas aves, ao multiplicarem-se sem limites, eram tão numerosas que Hércules nunca conseguiria matá-las com o seu arco e as suas flechas.Ele já sentia vencido quando Atena, a deusa guerreira, lhe apareceu e entregou um par de castanholas, feitas do mesmo material que o bico, as patas e as asas das aves e fabricadas por Hefesto. Então, com este instrumento provocou um ruído ensurdecedor em toda a região e expulsou as aves enlouquecidas. E enquanto estas levantavam voo dando às asas em desordem, Hércules matou o maior número possível com as suas flechas. Foi assim que cumpriu o seu sexto trabalho, devolvendo à região do lago Estinfália a sua tranquilidade, o seu encanto e a sua prosperidade.